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Como qualquer primeiro volume, é difícil avaliar a série pelo seu arranque mas, por enquanto, ainda não me convenceu: ambiente alienado, personagens estranhas e distantes e uma premissa que pode ser engraçada mas que ainda não mostrou do que é capaz.

Comecemos por esta última, a premissa. A cada 90 anos um conjunto de doze deuses acorda entre os humanos adolescentes, com data de validade expressa e algumas capacidades sobre-humanas. Estes Deuses possuem mentalides correspondentes à adolescência e encaram a vida com aquela aparente indiferença que é tão cool demonstrar, constituindo um género de estrelas pop que concedem aos humanos, pequenos desejos.

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Laura é uma rapariga normal que, obtendo um bilhete de identidade falso, se escapa para ir ao concerto de uma Deusa. Perante o efeito divino sobressai, por ser das últimas pessoas a desmaiar. É assim que é convidada a conhecer alguns Deuses, tentando manter a postura distante que a torna fixe. Durante esta visita começa um tiroteio que acaba com um dos seus Deuses favoritos, preso e incriminado. É assim que a jovem se envolve com os Deuses, tentando ilibar um dos seus favoritos.

Apesar de toda a irreverência que a personagem principal tenta mostrar, transparece ser uma jovem insegura e até passiva – talvez por causa da tentativa de permanecer distante enquanto se rói de excitação pela proximidade aos Deuses, que parecem anestesiados perante a vida e os acontecimentos – é como se tudo decorresse através de um vidro pouco opaco.

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Não são só as acções ou as palavras que me levam a pensar em personagens superficiais – também as imagens. Apesar de ter algumas excelentes, o aspecto gráfico não é dos meus favoritos, apresentando pouco profundidade em grande parte, e pouco detalhe – pouco acontece por detrás da acção principal.

Ao longo da história do primeiro volume percebemos, por pequenos indícios, de que haverá algo mais interessante por detrás da história directa de um deus adolescente incriminado – há personagens mais negras e dementes bem como uma idosa que parece controlar alguns eventos. É no final que estas indícios ganham volume, talvez na tentativa de levar o leitor até ao próximo número.