Decorreu no passado Sábado, a sessão de arranque da exposição de pranchas originais que se encontra na Leituria até dia 03 de Março, com a presença de vários autores da Kingping Books: André Oliveira, Carlos Pedro, David Soares, Joana Afonso, Mário Freitas, Nuno Duarte, Osvaldo Medina e Sónia Oliveira.
Apesar de se ter como propósito a inauguração da exposição, foi mais centrada nos livros que utilizam as pranchas, e cada autor foi falando das obras mais recentes, sobretudo das que lançou através da Kingpin Books. Deixo-vos com as principais ideias que foram desenvolvidas ao longo da sessão.

Quase todos falaram da sua experiência no estrangeiro, mais especificamente da tentativa da Kingpin de se introduzir nos mercados polaco, inglês ou americano. Apesar do bom aspecto visual e da qualidade das edições a língua é uma barreira para a divulgação directa dos álbuns em diferentes mercados, razão pela qual precisam de boas traduções.
Kong, the King foi o centro do discurso de Osvaldo Medina, um dos livros que publicou recentemente e que transformará a história associada a King Kong. Como álbum sem falas encontra-se aberto às mais diversas interpretações. E que diversidade – as mais variadas críticas apresentam os mais variados e caricatos detalhes. Pela ausência de falhas este será um dos álbuns mais privilegiados para lançar noutros mercados.

Já David Soares falou não só de O Poema Morre, mas também dos projectos que espera publicar brevemente, sobretudo novas edições de A Última Grande Sala de Cinema (edição a cores, de tons apropriados à história) e de O Pequeno Deus Cego. O escritor referiu, também, experiências passadas em que se tentou lançar noutros mercados, mais concretamente no mercado francês, mas com pouco sucesso – uma edição de baixa qualidade, factor ao qual se sobrepõe o afastamento geográfico do autor, o que dificulta perceber se o trabalho de enquadrará ao público.
Sónia Oliveira, tendo descoberto o interesse por banda desenhada numa fase mais tardia, falou sucintamente do processo de concretização do álbum, para o qual teve de realizar pesquisas detalhadas para conseguir responder aos pedidos de David Soares, especialmente para retratar o ambiente da Guerra, com as suas trincheiras e cenários mórbidos.
Living Will, Vil A tragédia de Diogo Alves ou Casulo – estes são alguns dos mais recentes projectos de André Oliveira. A conversa incidiu principalmente nos dois primeiros, sendo Living Will um projecto de maior dimensão, para o qual tem convidado alguns desenhadores como Joana Afonso, e Vil A tragédia de Diogo Alves uma história que parte de Diogo Alves, mas na qual este é uma personagem secundária. As pranchas cujo aspecto mais apreciei são precisamente as de Xico Santos neste livro, Vil.
Já Carlos Pedro falou essencialmente da forma como conseguiu ter bons conhecimentos internacionais que o levaram a participar em Elephant Men, bem como da experiência de produção que partilha com Mário Freitas, numa dinâmica troca de ideias.
Abaixo deixo-vos algumas fotos dos álbuns autografados e um link para um conjunto de fotos (de melhor qualidade que as aqui apresento – desconheço a autoria).





Tenho muita curiosidade para ler o “Vil – A Tragédia de Diogo Alves”! No entretanto a minha namorada já leu o “O Poema Morre” e disse-me que é mais do mesmo, no que toca a David Soares: fraco. A qualidade parecia que ia melhorar depois de “Sepulturas dos Pais”, mas afinal…
Se ainda não o fizeste, devora é os “Living Will”. Isso sim, é bom!
Ainda não li o Vil, está na fila 🙂 Mas fiquei curiosa com o Living Will – falou-se levemente deste projecto e fiquei a pensar em adquirir numa próxima oportunidade 🙂
Eu gostei mais do O Poema Morre que Sepulturas dos Pais, acho que tem uma história mais lógica e transmite-se melhor o conceito. Gostei do aspecto gráfico, mas tenho quase sempre os mesmos problemas com os livros do DS – sinto que existe uma tentativa de chocar que comigo não resulta.
Living Will, atira-te de cabeça!
Mais do que as tentativas de chocar, as obras de David Soares têm tendência para serem demasiado… como é que eu hei-de pôr isto da melhor forma… armadas ao pingarelho.