E se, aquando da morte, reconstruíssemos a nossa realidade? E se existissem pessoas que conseguissem entrar nessa realidade para nos ajudar a prosseguir? O que parece uma tarefa difícil torna-se numa sucessão de mirabolantes e perigosos episódios para alguém com tal profissão, em Um dia com Júlia na Necrosfera.

Já nos dos dois contos seguintes explora-se o futuro da propaganda publicitária em sociedades distópicas. No primeiro, A Gaia – Concorrência, a rivalidade de grupos leva frequentemente a máximo prejuízo! E é exactamente num eminente extermínio que se encontra um rapaz que descobre ser o possível cliente de um ciborg com 200 anos! Um ciborg que espera vender os seus serviços e efectua uma demonstração gratuita.

Já em Saldos, um homem desloca-se ao parque de estacionamento do hipermercado. Aqui, a tentativa de venda é feroz, e rapidamente lhe são cobrados créditos por tudo e mais alguma coisa – desde o estacionamento, à utilização do elevador. Tudo serve para cobrar. Apesar da lista reduzida e de ter uma vontade de ferro, este homem vai-se deparar com vários obsctáculos a conseguir manter intacto o saldo da sua conta!

Em ambos os contos é visível o humor negro de João Barreiros. No primeiro os rapazes defrontam-se não parando no simples murro ou pontapé. Já no segundo, a mente pode ser manipulada pela publicidade e deixar o consumidor com elevadas dívidas – dívidas que terá de pagar com trabalho de mineiro por vários anos.