Este segundo volume apresenta-se bastante mais movimentado do que o primeiro. As tensões que se tinham acumulado resultam agora em cenas fortes, de grande violência que catapultam todas as personagens para a loucura, incluindo a própria Harleen.

A tensão entre Harleen e Joker aumenta. Mas neste caso trata-se de uma tensão sexual que leva Harleen a pisar o risco, usando as horas de terapia para encontros progressivamente mais íntimos. Joker parece, finalmente, apenas um homem.

Palelamente, o procurador que tinha sofrido um horrível ataque com ácido acorda. Parte da sua cara está desfeita e poderão existir danos cerebrais. O primeiro discurso é incendiário, aprofundando a guerra entre criminosos e policias e desacreditando qualquer possibilidade de recuperação dos que estão presos.

Esta vertente mais absoluta do procurador parece comprovar as teorias de Joker de que todos naquela cidade estão a um passo da loucura e da violência, seja por que motivo for – algo que Harleen vê de forma curiosa, enquanto se envolve cada vez mais profundamente com Joker.

Entre estas diferentes forças na cidade, os policiais que querem ser juízes e carrascos, criminosos desumanizados, a loucura aproxima-se de todos – e até Harleen se há-de deixar levar pelo caminho da violência, quando forçada a tal.

Visualmente, este segundo volume apresenta a consistência do primeiro, cruzando a sensualidade com a violência, sem esquecer umas pitadas de loucura. É um volume com mais acção, o que se reflecte nalgumas páginas de desenho mais direccionado para o movimento das personagens e para as expressões.

No conjunto, esta dupla de volumes resulta numa boa história, em que se apresenta o enquadramento em que a jovem solitária se pode envolver com Joker e escolher o caminho do crime, depois de tanto lutar pela recuperação dos criminosos.

Os dois volumes de Harleen foram publicados pela Levoir em parceria com o jornal Público.