
Simples, mas eficaz – este Copperhead consegue ser interessante e desenvolver uma narrativa, ainda que seja algo linear. A história pode-se enquadrar no género de ficção científica, apresentando um fio condutor de enigma policial. Clara é uma mãe solteira. Uma durona que se mudou com o filho para um novo planeta, aceitando a vaga de xerife local.

Quase seguindo as linhas do show, don’t tell, a narrativa revela a existência de um conflito passado entre os humanos e uma raça de alienígenas que deixou marcas no relacionamento actual. Clara é aceite como xerife e tem como ajudante um alienígena dessa raça que se encontra ressentido por ele próprio não ter sido aceite para o cargo.

Acabados de chegar ao planeta, surge um caso urgente, e Clara deixa o filho com instruções para se manter em casa. Esta indicação será rapidamente posta de lado quando o rapaz vê uma menina em apuros que precisa de ajuda para procurar o seu cão. Por seu lado, a mãe enfrenta um caso doméstico peculiar que irá resultar num assassinato de motivações misteriosas.

Não sendo excelente do ponto de vista narrativo, consegue ser bom – o autor tece um história convincente onde se sente a tensão entre as personagens, mas coloca, também, alguns episódios que conseguem suavizar este tensão sem quebrar o ritmo e o interesse.

A narrativa é simples e centra-se, sobretudo, em Clara, ainda que possua alguns, poucos, episódios, em que outras personagens assumem maior protagonismo. Nesta alternância, consegue manter o ritmo, intercalando episódios de acção e de investigação e cativando o interesse do leitor em mais do que um nível – a empatia pelas personagens, a motivação do assassinato e a descoberta de uma realidade ficcional que se vai fazendo entre linhas.

Neste momento, é uma série que quero ler e que me cativou o suficiente para programar a aquisição dos restantes.