
El Don é o primeiro livro que me recordo de ler de Isaac Sánchez, recomendado pelo Fernando Dordio. A narrativa leva-nos por uma realidade distópica, ligeiramente futurista onde alguns humanos podiam ganhar super poderes, sendo desta forma, ostracizados e controlados pela sociedade. O segundo livro, Un millón de años, apresenta-se bastante diferente, uma leitura menos mainstream com uma série de personagens humanóides que sobrevivem em culturas peculiares! Então, e afinal, o que é este Taxus?



A história
A premissa é comum a várias outras leituras, começando por acompanhar uma personagem que acorda num mundo fantástico, sem saber como lá foi ter. Aqui é recebido por duas pessoas, que têm como missão, acompanhá-lo e enquadrá-lo numa cidade quase medieval de pessoas que, como ele, provêm de um mundo semelhante ao nosso.
Mas neste mundo decorre uma batalha do bem contra o mal, com monstros e fadas – até aqui tudo típico! Mas alguns dos nossos heróis vão-se revelar personagens pouco heróicas e com um passado obscuro!



A crítica
Inicialmente este parece um livro de fantasia como os outros. Isaac Sánchez pega numa premissa comum e inspira-se na mitologia da Cantábria (região do Norte de Espanha) e nas suas criaturas, para criar uma história onde a personagem principal vai parar a um reino fantástico, onde as regras do nosso mundo são deturpadas. Ainda neste cliché, decorre uma luta entre o bem e o mal, onde a personagem principal vai ser determinante.
Mas o que é interessante neste livro é que o autor consegue reverter alguns conceitos e usar os clichés para construir uma história com algumas ironias e carregada de maldade escondida, o que vai ser fulcral para se destacar entre outras leituras.
Visualmente, o volume consegue ter bons momentos, com batalhas contra monstros estranhos e expressões muito carregadas. A história apresenta alguns momentos do nosso mundo, permitindo diersificar, desta forma, os ambientes que vão sendo apresentados.



Conclusão
O resultado é uma leitura de elevada qualidade. Não se encontra entre as melhores leituras do ano, mas é aconselhável, conseguindo tornar-se original pela forma como usa e contornar os clichés do género fantástico, ao criar personagens peculiares e ao tranformar alguns detalhes para quebrar expectativas.


