As histórias de terror do tio Montague é um pequeno livro com histórias de horror destinado a um público mais juvenil que surpreende pela positiva. As onze histórias são contadas pelo tio, que, apesar de ser assim chamado será tio-avô ou tio-bisavô – a memória da família já se perde na idade da personagem sombria que habita uma enorme casa nos bosques.
O jovem Edgar não é um rapaz como os outros, ou melhor, é um rapaz que prefere escutar as histórias aterrorizantes do tio do que deambular pelo topo das árvores em diabruras típicas da sua idade. É assim que, num dia que se tornará muito nublado, passa a tarde naquela casa assustadora, repleta de objectos inquietantes que estão quase sempre relacionados com a morte de algum rapaz.
Bruxas que capturam rapazes, demónios que atraem a desgraça, fantasmas molhados ou criaturas que despedaçam crianças – as histórias são curtas e interessantes, sem condescendência mas expressando, por vezes, um leve moralismo típico do formato conto tradicional. Trepar a árvores muito altas ou entrar em casa alheia trará grandes desgraças, bem como enganar, roubar ou desobedecer.
Esta associação entre uma acção e um castigo está presente em quase todas e apresenta-se sob a forma de estranhos e fortes horrores – pessoas fechadas em salas sem porta, crianças transformadas em árvores ou doces meninas transformadas em psicopatas imparáveis.
Este pequeno conjunto de histórias direccionadas para um público mais jovem consegue surpreender pela positiva, apresentando um ambiente sombrio, propício à exploração dos mais variados temores.
Em Portugal este livro foi publicado pela Arte Plural Edições.