A sessão de Setembro coincidiu com o Fórum Fantástico, razão pela qual não pude assistir ao evento. Deixo-vos, no entanto, a lista dos livros recordados durante esta tarde, publicada pelo moderador, João Morales na página oficial do evento:
Escolhas de Maria João Cantinho
Samarcanda; Amin Malouf
Obra ao Negro; Marguerite Yourcenar
Impunidade; Helder Gomes Cacela
As Aventuras de João sem Medo; José Gomes Ferreira
A Morte de Vergílio (2 Vols); Hermann Broch
Escolhas de António Manuel Venda
O Último Espectáculo; Manuel do Nascimento
As Naus, António Lobo Antunes
O Expresso de Berlim, António de Andrade Albuquerque
Quem Inventou Marrocos, Fernando Venâncio
O Último Acto em Lisboa, Robert Wilson
A sessão de Outubro contou com a presença de Paulo Moura e Carla Maia de Almeida.
A primeira referência coube a Carla Maia de Almeida que referiu Pobby e Dingan de Ben Rice, uma leitura que, sendo considerada juvenil por se centrar em personagens mais jovens, não é condescendente. O livro apresenta-nos uma família que terá ido para a Austrália em busca de riqueza fácil, na região das minas de Opalas. Enquanto o pai procura a concretização de um sonho pouco provável, a menina é acompanhada por dois amigos imaginários, Pobby e Dingan, amigos que terão os seus próprios defeitos físicos e psicológicos, características que os poderão tornar mais reais do que o sonho inalcançável dos adultos.
Paulo Moura teve como critério de selecção a pertinência de se ler os livros que apresenta nesta época. Seguindo este raciocínio, o primeiro escolhido foi Os Homens Esquecidos de Deus. Sobre a vivência no Egipto, este livro apaixona pela atitude perante a literatura, em que os homens, vivendo numa ditadura, inventam a sua própria liberdade pela forma quase livre como se reúnem e pensam. De destacar que os grupos são sempre de homens pois as únicas mulheres com que existe contacto são prostitutas, sem autonomia suficiente para se constituírem como personagens.
Carla Maia de Almeida recorda um livro pouco falado de Arturo Pérez-Reverte, Territorio Comanche, uma reportagem literária ou novela, escrita durante a guerra da Bósnia.
Paulo Moura traz-nos, de seguida, A Idade da Razão de Sartre, um livro onde um jovem intelectual francês explora o dilema de comprometer a sua liberdade, questionando-se se deverá combater na guerra civil.
Carla Maia de Almeida segue-se com Pardinhas de António Mota. Herdando o nome de uma terríola que ficaria no Norte e publicado em 1986, Pardinhas retorna a um Portugal que já não existe, com o totoloto e as mãe de bata na rua. Apresenta um retrato da vida rural num Portugal salazarista, pois é o avô que vai contando alguns episódios da sua vida.
Paulo Moura recorda um volume peculiar, O Ano Mil de Georges Duby, um livro de História que vem finalmente dar importância à vida e costumes das personagens comuns, bem como os aspectos mais quotidianos como a cozinha e o amor. É de destacar que a História até então se fazia apenas dos relatos das guerras (por parte dos vencedores, claro) e da vida dos Reis.
O ano 1000 foi sempre pensado como o ano em que terminaria o Mundo, razão pela qual se acreditava ter sido um ano de intensas doações à Igreja e aos pobres por parte dos nobres. Este livro vem, também, mostrar que esta prática terá sido bastante menos disseminada do que se acreditava.
De Ana Saldanha, Para Maiores de Dezasseis, recordado por Carla Maia de Almeida, apresenta-nos um contexto urbano, contemporâneo e pega em assuntos difíceis como a sexualidade e os relacionamentos entre adultos e adolescentes. O livro não possui um estilo muito linear, com vários saltos no tempo.
Infelizmente aqui tive de abandonar a sessão por risco de me atrasar para o Documentário sobre o cineasta António de Macedo. Mas eis as restantes escolhas por Paulo Moura:
- México Insurrecto; John Reed
- Dias Comuns/ Imitação dos Dias, José Gomes Ferreira