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Este pequeno livro consegue surpreender positivamente de duas formas – por um lado pela história, por outro pelo aspecto gráfico. Tenho a destacar que, ao longo dos anos, tenho criado alguma aversão pela aspecto institucional da Igreja (não é uma questão de crença ou de quem acredita, mas por algumas atitudes hipócritas da instituição e dos seus representantes). Isto tudo para explicar que, apesar desta minha reacção, é impossível não sentir algum carinho e empatia pelo padre, a personagem principal desta pequena história.

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O quotidiano é pacífico e humilde até ao dia em que uns homens de aspecto soturno entregam ao padre uma fortuna em jóias para ele guardar. Receoso, o padre entra em pânico quando estas desaparecem, temendo a presença de um ladrão contra o qual se prepara para se defender.

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Felizmente a ditadura portuguesa está nos últimos dias e com o término do regime vem uma agradável surpresa que o padre aproveita da melhor forma possível, mantendo o tom carinhoso e empático do episódio.

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Esta pequena história, de poucas falas, inspira um enorme simpatia graças à força das expressões e dos modos que as personagens apresentam. Ainda que o tipo de coloração, a uma cor, não seja dos que costumo preferir, o aspecto final resulta muito bem para dar o aspecto e o ambiente pretendidos.

A Ermida de Rui Lacas foi publicado pela Polvo.