“E se Miss Moneypenny fosse uma espia mil vezes mais perigosa que James Bond?” O segundo volume continua no mesmo registo, apresentando uma espia de grandes capacidades que, por ser mulher e ter assumido temporariamente o papel de secretária, é menosprezada por quem a persegue.
Até agora Velvet tem-se aproveitado do estereotipo com sucesso, escapando facilmente a quem a persegue, mas é neste volume que encontra alguém ao mesmo nível que lhe consegue causar alguns problemas. Entre fugas inesperadas e cedências indevidas à empatia, Velvet continua a tentar descobrir que teias políticas causaram a morte de um colega.
De ambiente negro, este volume explora um pouco mais o passado de Velvet bem como as razões que a terão levado a parar as actividades de espionagem e a optar por prosseguir atrás de uma secretária, onde ninguém desconfiou das suas imensas capacidades. Inteligente e perspicaz, mas também capaz de improvisar nas situações mais imprevistas, Velvet é uma personagem densa e complexa que surpreende pela positiva na sucessão de episódios de acção, tanto pela capacidade física como pela capacidade intelectual.
Apesar de apresentar alguns planos gerais onde se dá espaço à paisagem, são sobretudo os primeiros planos que dão foco às expressões e que realçam a tensão nos diálogos. Velvet possui bons momentos de acção, mas estes não ocupam a maioria das páginas, até porque mais de metade do trabalho de um bom espião passa por dissimulação e pesquisa – componentes onde a leitura corporal e facial são essenciais.
A série Velvet foi publicada em Portugal pela G Floy.
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