Neste quarto volume a série mostra que ainda está a ganhar raízes e a expandir-se, começando por nos apresentar as várias fracções. Ao longo dos volumes anteriores fomo-nos apercebendo da existência de várias potências militares ou tecnológicas, potências com maior ou menos interesse na lenda do Apocalipse que rodeia a deambulação dos cavalheiros e a busca pelo filho de Morte.
A apresentação das várias fracções é realizada pela introdução de fichas onde, a par com uma descrição resumida, se apresentam dados como área ocupada, poder militar e económico, bem como estabilidade política e viabilidade. A integração destas fichas a par com uma cronologia dos acontecimentos peca apenas pela concentração no início de volume que, julgo que teria direito a leitura mais atenta se espalhada no final de cada capítulo em que a história se debruçou sobre essa fracção.
Após estas fichas a história decorre, mostrando o filho de Morte que, agora liberto, está associado a uma inteligência artificial que lhe mascara toda a visão do mundo – o que é belo e natural aparece como cenários de horror enquanto que os verdadeiros monstros aparecem como animais fofinhos com os quais a criança quer brincar. Esta deturpação segue um plano específico para moldar a criança, fazendo-a crer que o mundo onde está precisa de ser destruído e reconstruído.
Por sua vez, Morte não perde as esperanças em encontrar o filho, mesmo depois de esgotadas as pistas iniciais, pelas quais pagou bem caro. Assim consegue, após duras conversas, uma reconciliação pouco pacífica com Xiaolian Mao, a princesa que agora governa uma das fracções, e mãe do seu filho.
Ainda que este volume não efectue grandes desenvolvimentos na história, East of West continua a interessar tanto pela mitologia e contexto, como pelos detalhes fantásticos e bizarros que conferem um ambiente de dessensibilização ao horror – mas nem sempre a aparência determina o carácter do que é percepcionado. Este é um volume em que se continua a criar antecipação pelos possíveis desenlaces criando um crescendo de tensão.
Se, em termos narrativos, esta série tem vários pontos de interesse, com a evolução de várias linhas diferentes, visualmente consegue também captar tanto pelos elementos tecnológicos como pelos elementos fantásticos tornando-se numa das melhores séries da Image.
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