
Após o colapso da cidade, o grupo separa-se. Maika encontra o Lord Doctor, com quem tem uma ligação mais forte do que gostaria, descobrindo alguns detalhes sobre a sua origem. Mais controlada e cautelosa, Maika apresenta-se com maior maturidade, enfrentando as várias novidades com que se depara neste volume.

Paralelamente, os seus amigos enfrentam, também eles, grandes perigos, fugindo de caçadores de prémios e confrontando antigos deuses – deuses que cruzaram os céus e agora permanecem no fundo de grandes poços.

Acompanhando estas duas linhas narrativas, vislumbramos pedaços de uma mitologia em torno da história, em páginas que mostram como os Arcaicos e os humanos já entraram em guerra. Esta componente continua a ser uma parte original da história que permite criar um ocasional distanciamento da narrativa.

A história continua, no entanto, a ser uma incógnita. Existem vários pontos que se encontram omissos e a motivação de algumas personagens não é clara. A ligação entre os acontecimentos é enevoada – por vezes pode ser percepcionada por pequenas pistas distribuídas nas frases mas esta ligação nunca pode ser dada directamente.

Esta omissão é um dos pontos que me deixa desconfortável com a leitura. Mas apenas no final, com a revelação é que se poderá perceber se existe uma falha narrativa ou um puzzle em construção. Em termos de história estes detalhes são compensados pela exposição de uma mitologia (que nos fazem acreditar em algo maior que une a história).

Adicionalmente, esta série fica na memória, sem dúvida, pelo visual. Os desenhos são excelentes, apresentando detalhes exóticos associados à mitologia em desenvolvimento. Existem, também, elementos estranhos e sombrios, que dão alguma inquietude à história. Mas nem todas as imagens apresentam grande detalhe. Por vezes a paisagem é bastante nublada, focando expressões e personagens.

Em Portugal esta série é lançada pela Saída de Emergência.