
Eis o vencedor do prémio Goodreads para o ano de 2019, na categoria de banda desenhada! A autora já era conhecida por outros dois sucessos anteriores, Fangirl e Eleanor & Park, que, pelas sinopses parecem mais dirigidos para um público juvenil. Este assim o é, pelo menos. Então, e o que é este Pumpkin heads? Uma leitura leve, previsível, mas nem por isso menos agradável. Se deveria ser o premiado? Nem por isso, mas acho que a enorme simpatia que cria no leitor provocou este resultado.

Cores desnecessariamente garridas sobre um desenho mais interessante – a capa é chamativa e direccionada para um público mais jovem. No interior, encontramos um tom mais sóbrio, desenhos expressivos e competentes. Em termos narrativos, a história consegue alongar-se sem cansar, com uma sucessão de episódios engraçados, com algum toque de mirabolante.

A história remeto-nos para as festividades do Halloween que numa terriola ocupam um grande espaço, com várias tendas onde se podem encontrar os mais variados (e estranhos) doces, ou algumas outras atracções típicas como um labirinto, ou um bode. Numa das tendas encontramos dois amigos que todos os anos se reencontram para partilharem as tarefas: Deja and Josiah.

Este ano será o último de Josiah que parte para estudar fora, esperando-se que regresse todos os anos para usufruir das festividades. Mesmo com esta perspectiva de retorno, Josiah sabe que a sua participação deixará de ser a mesma. Por sua vez, Deja decide-se a tornar este no melhor ano do amigo. Sabendo que ele tem uma queda por uma jovem com a qual nunca teve coragem de falar, arranja uma troca de tendas que lhes garante a devida proximidade da jovem.

Os planos de Deja são, no entanto, furados. A jovem foi realizar uma tarefa noutro local, e acaba por ficar retida. Decidida a ajudar Josiah, Deja convence-o a deixar o posto e a partir em busca da jovem. Os dois deambulam então de banca em banca, com Deja a usufruir de todas as guloseimas. Pelo caminho usufruem, também, da companhia um do outro.

Pumpkin heads proporciona uma leitura agradável, com uma partilha de bons momentos, sentimentos e diversão. Não é uma trágica história adolescente, antes um reencontro de amigos que se divertem. Visualmente os desenhos oscilam entre poucos detalhes no fundo (quando focam expressões faciais, por exemplo) ou mais detalhe nos momentos mais pausados.

Trata-se de uma história leve e bem humorada, de leitura leve. Os conflitos são praticamente inexistentes, e a narrativa sobrevive de acompanhar as deambulações dos dois jovens pelas festividades. O ambiente é relaxado e de festa, ainda que não faltem alguns contratempos. É, sem dúvida, uma boa leitura, mas não a achei assim tão excelente que justifique o prémio de melhor banda desenhada de 2019.