Felizmente não decorreu muito tempo desde a leitura do primeiro volume de Tony Chu (Ao Gosto do Freguês) para que o segundo ficasse disponível – Sabor Internacional. Mantendo a qualidade de publicação do primeiro, este volume traz-nos um Tony Chu que apresenta já uma maior maturidade e desenvoltura, contornando regras e tecendo planos para que alguns acontecimentos corram conforme desejado.
Relembro que, no volume anterior, Tony Chu tinha incorporado a FDA graças à estranha capacidade de captar as memórias dos animais e vegetais que come. Neste, Tony Chu consegue convencer o seu odiável de que é um inimigo quase mortal do seu antigo parceiro. Vendo uma oportunidade de o martirizar, o chefe junta-os numa equipa perfeita – é que o antigo parceiro já não é um comum mortal e durante a sua recuperação tornaram-se grandes amigos.
Ainda assim, parece-me que ainda não é desta que veremos a total potencialidade desta nova parceria – encontrando uma estranha fruta com sabor a frango Tony Chu viaja sozinho para um dos estados federados da Micronésia onde se encontram outras personagens já conhecidas: o irmão, conhecido chefe que fecha os olhos a pequenas ilegalidades; e Amelia, a jovem crítica com poder de conseguir reproduzir, em quem lhe lê as críticas, o sabor da refeição.
Também não é desta que percebemos alguns dos acontecimentos pendentes do primeiro volume, apesar de serem descobertas algumas pistas. Esta história, carregada de pontos hilariantes afasta-se um pouco dessa componente da história, explorando a confiança recém-adquirida de Tony Chu enquanto detective e fazendo crescer a personagem.
As características da história introduzidas no primeiro volume já não são novidade – as capacidades de Tony Chu levam-no a provar os pedaços orgânicos mais estranhos e nojentos. Estas provas continuam em Sabor Internacional, ainda que, com menor impacto. Os episódios violentos em que as personagens descarregam as suas frustrações, também continuam, ainda que, pareceu-me, agora mais centrados no próprio Tony Chu.
Entre as explosões de violência e as provas nojentas de comida o nosso herói começa a criar a base para prosseguir os vilões das galinhas. Ainda que se perca o sabor da novidade com o perpetuar dos elementos já conhecidos, a história aguenta-se, criando dinamismo nas personagens e abrindo caminho para os próximos volumes. Sem dúvida, uma séries para continuar a ler.
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