
O primeiro volume de Farmhand mostra-nos os milagres – os transplantes bem sucedidos a partir de plantas que são realizados na quinta de Jeddiah Jenkins. Nesta quinta, partes de corpos crescem nas árvores – partes que podem ser usadas em humanos com grande sucesso! Mas ainda neste primeiro volume percebemos que existe alguém com poder vegetal que tece planos contra Jeddiah.

Neste segundo volume, os problemas descontrolam-se. Os transplantados com os pedaços vegetais de Jeddiah começam a apresentar fortes alterações físicas e psicológicas e Jeddiah parece ter perdido o poder de controlar os transplantes.

Adicionalmente, os problemas familiares que já existiam adensam-se. Percebemos, lentamente, que o vilão tece os seus planos nas sombras há muito mais tempo, deixando sementes de discórdia entre os vários elementos da família. E percebemos que com a morte da esposa de Jeddiah este se alienou dos filhos.

Mas apesar destes detalhes mais conflituosos, Farmhand é uma leitura carregada de elementos cómicos, com um tom visual muito semelhante a Tony Chu (ou não fosse desenvolvida pelo desenhador desta série). Esta semelhança torna inevitável uma comparação – para além do aspecto visual, ambas as séries usam uma premissa fantástica que é desenvolvida de diversas formas. Mas, em Farmhand, os elementos cómicos não compensam totalmente a tragicidade da narrativa e esta torna-se mais pesada do que a de Tony Chu.

De detalhes fantásticos (e estranhos) Farmhand continua, neste segundo volume, a ser uma boa série que seguirei. Para além da premissa interessante e do seu bom desenvolvimento (não totalmente perfeito, mas muito acima da média), as páginas possuem detalhes mirabolantes que aprecio.