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Apesar da colecção Novela Gráfica ser uma referência bastante positiva desta leitura, peguei em Parque Chas sem grande ideia do que iria encontrar, tendo-me convencido a antecipar a leitura deste volume aos outros da colecção por conta da aspecto gráfico.

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O que encontrei… foi uma excelente surpresa! O livro começa como a história de um local que a personagem principal se dedica a aprofundar, o Parque Chas. Tendo sido alvo de um desses episódios estranhos resolve-se a compilar os constantes fenómenos que relembram uma espécie de Triângulo das Bermudas, onde aparecem e desaparecem pessoas e meios de transporte.

A sucessão de episódios quase soltos evoluem rapidamente para uma série de aventuras entre realidades paralelas onde a ficção se cruza com a realidade, e as personagens vão parar a mundos literários e encontram personagens lendárias como Casonova ou Corto Maltese.

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Entre lutas infantis de final heróico, túneis de fuga esquecidos no lugar labiríntico que é o parque, carros assassinos e rápidos caminhos para outros tempos e lugares, adensa-se a névoa do desconhecido explorado pela personagem principal, uma projecção do autor.

Afinal o  que parece uma alusão a mundos fantásticos com um toque fantasmagórico revela-se ficção científica, fazendo com que os episódios mirabolantes quase culminem numa cena clássica de salvação da femme fatale, a verdadeira razão para a personagem perseguir os peculiares fenómenos.

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Quase. E aqui está o segredo. Os episódios mirabolantes funcionam bem isoladamente mas ainda melhor como peças de um mosaico construindo uma história maior, carregada de reviravoltas e surpresas, onde os clichés vão sendo adoptados e adaptados. O resultado é uma história movimentada de detalhes sombrios que consegue a peripécia de ser, simultaneamente, inteligente e divertida.

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Parque Chas é um dos volumes publicados na colecção Novela Gráfica pela Levoir em parceria com o jornal Público.