Foram muitos os jogos a ir à mesa este ano! Esta pequena lista reúne as melhores experiências em 2018, sendo que alguns dos jogos escolhidos não foram lançados este ano ou, nem sequer foram adquiridos este ano.
Azul / Azul: Stained Glass of Sintra
Sim, são dois jogos, bem diferentes. Mas os próprios autores se arriscam a que os consideremos no mesmo saco ao colocarem o mesmo nome, Azul. Azul foi, definitivamente, o jogo do ano. Vencedor do Spiel des Jahres, um dos mais conceituados prémios para os jogos de tabuleiro, Azul é de rápida aprendizagem e visualmente agradável. Foi dos jogos que mais jogámos a dois e achamos que a experiência difere bastante da que temos com mais jogadores.
Azul: Stained Glass of Sintra aproveita possui uma dinâmica semelhante na forma como se obtêm peças, mas apresenta mais diversidade dos padrões que temos de criar, tendo três formas diferentes de pontuar, o que permite desenvolver diferentes estratégias. Ainda o estamos a explorar, mas até agora constatámos que não é tão fácil integrar novos jogadores neste novo Azul e que não tem um mecanismo tão elegante quanto o primeiro.
Comentário mais detalhado ao jogo
Terraforming Mars
Eis um jogo que, em temática, é a minha cara. Terraforming Mars tem como objectivo transformar o planeta Marte para que este possa ser habitado por vida terrestre. Neste sentido temos três vectores que temos de aumentar: temperatura, oxigénio e água à superfície. Como o fazemos? Acrescentando organismos que façam fotossíntese, produzindo calor e criando zonas de água.
Terraforming não é um jogo rápido. A dois alonga-se por algumas horas. E, ainda assim, não desejo, neste momento, um início mais rápido (que leva muitos a adquirir uma expansão que acelera os primeiros momentos). Ao longo do jogo temos de ter em atenção as várias formas de atingir os objectivos e de pontuar – desde prémios a cartas com elevados valores. E, apesar de não ter ganho os primeiros jogos, adorei o conceito, a forma como se desenvolve e como permite criar diferentes estratégias.
Contendo, também, um tema de ficção científica (a exploração e conquista de planetas) este jogo destaca-se pelo pequeno tamanho da caixa, a fácil aprendizagem e a rápida preparação. Após o primeiro jogo percebemos que tudo o que precisamos para preparar os tabuleiros se encontra bem assinalado nos próprios e o conceito é fácil de perceber. Os dados indicam as acções possíveis de cada jogador e mesmo que não seja a nossa vez podemos seguir as acções dos outros jogadores, fazendo com que os tempos mortos sejam diminutos.
Do ponto de vista gráfico é simples e agradável, os textos que o acompanham (principalmente nos planetas que indicam os poderes adicionais que estes conferem) são perceptíveis – por tudo isto e pelo seu fácil transporte, Tiny Epic Galaxies tornou-se num favorito para viagens.
Comentário mais detalhado ao jogo
Camel Up
O jogo não é novo e já tem, até, uma segunda edição com mecanismos adicionais. Cá em casa temos a edição clássica e é muitas vezes escolhido para jogatanas com pessoas novas. O conceito costuma surpreender – trata-se de uma corrida de camelos, mas não são atribuídos animais aos jogadores. Ao invés disso, os jogadores apostam nos camelos e tentam influenciar o seu avanço recorrendo ao calculo de probabilidades – o resultado é divertido e inesperado.
Captain Sonar
Eis um Batalha Naval avançado. Neste jogo cada equipa de 4 jogadores comanda um submarino e cada membro da equipa tem uma função diferente – captar as comunicações do inimigo, activar armas, comandar a deslocação do submarino ou gerir o equipamento. O objectivo? Destruir o submarino inimigo. Para tal temos de ser mais rápidos e usar mecanismos que nos dêem pistas sobre a posição do adversário, enquanto temos de nos mover de forma cuidadosa para não revelarmos a nossa posição.
Century: Golem Edition
Jogo simples, este primeiro Century tem como objectivo a aquisição de cartas de pontos. Para tal, temos de juntar e converter pedras valiosas (ou especiarias, dependendo da versão) usando as cartas do baralho que vamos construindo. Trata-se, portanto, de um jogo com deck building que nos obriga a programar jogadas para garantirmos a melhor sequência de cartas que nos permite atingir o objectivo. Esta edição tem um aspecto mais juvenil (que adoro) mas bastante mais chamativo.
The Castles of Burgundy
Ainda que não costume gostar de jogos com dados (quando são determinantes no avanço do jogador pelo seu valor absoluto) em The Castles of Burgundy, tal como Tiny Epic Galaxies, os dados são usados para indicar possibilidades que temos de gerir. Neste caso, os dados indicam grupos de peças que podemos escolher ou espaços no tabuleiro que podemos preencher. Convém, portanto, tentar usar as probabilidades a nosso favor quando construímos o nosso reino e manter em aberto forma de usar qualquer número que nos possa sair.
Gizmos
Adoro jogos que permitem o encadeamento de jogadas. Neste caso específico podemos construir mecanismos que permitem acções em cadeia e, numa mesma jogada, fazer duas ou três acções. Falta-lhe, no entanto, um mecanismo de recuperação para manter o interesse de jogadores que estejam muito atrás na pontuação. Ainda assim, é um dos meus jogos favoritos deste ano, por permitir uma sucessão de jogadas rápidas e ser simples.
Great Western Trail
Com mecanismos como deck building ou point to point movement (construção de baralho ou deslocação entre dois pontos), Great Western Trail é um jogo mais complicado em percepção (sendo que algumas regras não são de fácil entendimento) mas é um jogo que permite diferentes estratégias para atingir o seu objectivo – entregar boas combinações de vacas. Para tal temos um comboio que se desloca pelo mapa e que, pelo caminho, vai trocando e adquirindo novos animais, contratando trabalhadores e avançando por cidades diferentes. É um jogo longo que permite pontuar de diversas formas, obrigando a estratégias mais complexas.
Scythe
Com componentes visuais de Steampunk, Scythe remete-nos para o início do século XX colocando, nessa época, máquinas avançadas que permitem apimentar os confrontos entre jogadores. Trata-se de um jogo de construção que possibilita a conquista de território, a movimentação de peões num tabuleiro e a evolução dos tabuleiros de cada jogador – tabuleiros que são únicos e que possuem combinações diferentes de acções.
O jogo termina com a concretização de uma série de objectivos que nos obrigam a evoluir em diversos sentidos – a abrir novas possibilidades, a construir edifícios, ou a recrutar aldeões entre muitas outras coisas. Não é um jogo de confronto directo, ainda que possam existir pequenas lutas, mas também não é só um jogo de construção pois somos obrigados a explorar o mapa e a evoluir uma série de características, como popularidade.
JOGOS DE TABULEIRO EM APP
Visualmente apelativa, entre as apps de jogos de tabuleiro esta destaca-se por não ser uma adaptação directa do design do jogo de tabuleiro, possuindo um aspecto gráfico bastante próprio (e apelativo). A app está pensada para possibilitar uma boa experiência de jogo, mantendo todos os elementos que caracterizam o jogo de tabuleiro. Apesar de gostarmos do jogo de tabuleiro (que é específico para dois jogadores) a app tem sido mais usada, por possibilitar jogar em qualquer lugar.
Alhambra
Se a app de Patchwork é um excelente exemplo de uma boa adaptação de um jogo de tabuleiro ao telemóvel, a de Alhambra é exactamente o contrário. Demasiado colada ao jogo, tanto em termos visuais, como na forma como as componentes se apresentam no ecrã, sem grandes explicações das regras, esta app serviu para um simples objectivo – perceber se valia a pena comprar o jogo de tabuleiro (e valia), ainda que a experiência de jogo seja muito diferente.
Muito bem. Aí alguns títulos que aprecio muito. Entre eles o Terraforming Mars, Scythe e Great Western Trail.