150 livros depois, eis um apanhado das melhores leituras deste semestre. Vou começar por falar das leituras de fantasia e ficção científica e, claro, pelos autores nacionais.

Publicado no âmbito do projecto Alimentopia, este pequeno livro contém a mais recente história de João Barreiros – Um Gosto a Céu no Lago do Breu. Com detalhes mais de fantasia do que de ficção científica, a história surpreende pela abordagem e perspectiva de uma premissa peculiar – no Inferno existem iguarias fabulosas, mas para as obter será necessário passar por provas inenarráveis! E claro que na visão de João Barreiros, os demónios conseguem ser mais interessantes do que os Anjos! (podem ler a opinião completa aqui). No âmbito do mesmo projecto foram publicadas mais duas histórias que também valem a pena ler – Herr Prosit Lê o Cardápio de Luís Filipe Silva e Despojos da Noite – Ração do dia de Maria Reis.

Num tom totalmente oposto, A Princesa Desencantada de Irina Sopas cumpre aquilo a que se propõe, proporcionando uma leitura leve, divertida e com traços ligeiros de ficção especulativa. Num reino inventado na Península Ibérica, Bia persegue a sua carreira de advogada, enquanto se enrola com dois potenciais partidos – um dos sócios da empresa ou um príncipe. A história possui traços de Bridget Jones, mas num estilo mais moderno, mostrando as entradas no blogue de Bia. Podem ler uma opinião mais detalhada aqui.

How to Pass as Human é uma leitura com traços ligeiramente cómicos, que intercala uma história contada pela perspectiva de um andróide, com as análises que o mesmo faz da sociedade humana. O objectivo de ambas as componentes será ensinar, a outro andróide, como passar por humano. A história é movimentada e interessante, destacando-se o humor sem floreados das análises que terminam com conclusões assertivas que demonstram a diminuta lógica de quase tudo o que nos rodeia. Podem ser uma opinião mais completa aqui.

Em Mexican Gothic, a autora Silvia Moreno-Garcia tece uma história gótica no méxico, usando os elementos ingleses góticos que foram construídos em cidades mineiras. A história possui traços sobrenaturais e fantásticos e acompanha uma jovem mimada com um espírito pouco dócil – mas que será mesmo esse espírito que lhe permitirá resistir à aura da família demente em que se hospeda. Podem ler um comentário mais completo aqui.

The memory police apresenta uma premissa genial – uma ilha em que o governo consegue ordenar o esquecimento de objectos concretos. Com a memória dos objectos perdem-se outras ligações, às vezes emocionais e todos agem como se os objectos já tivessem desaparecido, deixando de conseguir interagir com eles da forma correcta. Este único elemento de divergência é usado numa sucessão de consequências lógicas e interessantes. Podem ler o comentário completo aqui.