Talvez por ter voltado a ter alguma disponibilidade, a sensação que fica deste ano é que houve um aumento nos eventos associados ao horror, à ficção científica ou à fantasia. Foi o primeiro ano de Sustos às Sextas (que irão ser retomados agora em Janeiro de 2016), foi o ano em que David Brin veio a Portugal (para quem não conhece é um prolífero autor de FC), e foi o ano em que houve espaço na Gulbenkian para FC e Banda desenhada, com painéis que nos trouxeram Lauren Beukes, Fábio Fernandes, Joe Dog, Marcelo D’Salete ou Posy Simmonds.
Claro que estou apenas a referir aqueles em que pude comparecer, mas houve muito mais – iniciativas Steampunk pela Corte do Norte e pela Liga Steampunk de Lisboa e Provínvicas Ultramarinas, o Scifi LX (no qual apenas passei rapidamente), vários lançamentos de bandas desenhadas ou o evento The Padawan Wars.
Foi, também, um ano marcado por vários lançamentos de antologias nacionais como Insonho, MotelX Histórias de Horror, ou Nos Limites do Infinito. Infelizmente não ocorreu o Fórum Fantástico, mas as Conversas Imaginárias vieram compensar, com a apresentação de vários projectos nacionais, e lançamentos futuros de João Barreiros, António de Macedo, Luís Filipe Silva, David Soares ou da Imaginauta.
Os lançamentos de ficção especulativa por editoras de maior dimensão continuam escassos. Continuamos sem nenhuma colecção de publicação constante mas vão sendo lançados alguns livros no género, ainda que, muitos, camuflados. Abaixo, uma lista dos que achei mais relevantes:
- Estação Onze de Emily St. John Mandel;
- Verdes moradas de W. H. Hudson;
- O Cavaleiro Sueco de Leo Perutz;
- Histórias de aventureiros e patifes (colectânea organizada por George R. R. Martin e Gardner Dozois);
- Arranha-Céus de J.G. Ballard;
- O Livro das estranhas coisas novas de Michael Faber;
- O grande Bazar e outras histórias de Peter V. Brett;
- Os bebés da água – Charles Kingsley;
- O gigante enterrado – Kazuo Ishiguro;
- A música do silêncio – Patrick Rothfuss.
Na área da banda desenhada não sou uma perita, mas captaram-me sobretudo a colecção de Novelas Gráficas da Levoir com o Público, os excelentes lançamentos de preço acessível da G. Floy (como Saga ou Tony Chu) e alguns dos lançamentos da Kingpin (como Kong ,the King, O poema morre ou Fósseis das Almas Belas).
O que podemos esperar para 2016? Na área dos eventos, já está disponível o programa para Sustos às Sextas, e decerto irá retornar o Fórum Fantástico. Nos lançamentos nacionais é previsto termos uma nova edição do Terrarium (de João Barreiros e Luís Filipe Silva), um novo livro de António de Macedo, a publicação do vencedor do prémio Divergência (Anjos de Carlos Silva), novas edições de livros de David Soares (O Pequeno Deus Cego e A Última Grande Sala de Cinema), um segundo volume de Comandante Serralves e uma Antologia Erótica de Literatura Fantástica.